Aproveitei um excelente texto do jornalista do “O Estado de São Paulo” – João Gabriel de Lima, da edição do dia 16 de janeiro de 2021, e focalizei o tema abordado para a vital necessidade em todas as organizações e sociedades de um Rumo ou uma Visão de futuro.
Na verdade, a indicação da necessidade imperiosa de qualquer organização ou sociedade ter uma direção clara é do economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República. Também foi professor da Universidade de São Paulo por mais de 30 anos e é sócio da MB Associados.
Segue, então, parte do texto do João Gabriel e volto no final:
“… indo para o universo da economia e das políticas públicas, temos várias razões para sentir orgulho do Brasil. Muitos Estados têm programas de excelência em Educação, como Espírito Santo, Pernambuco e o sempre citado Ceará. O Congresso criou um auxílio emergencial a toque de caixa durante a pandemia – programa que temos a obrigação ética de substituir urgentemente – e reduziu a pobreza em 2020. Domamos a inflação, somos referência em agricultura e a movida de startups em São Paulo é a mais vibrante da América Latina. Essa lista de façanhas surgiu, com facilidade, numa conversa com um dos maiores especialistas em Brasil, o economista José Roberto Mendonça de Barros.
Apesar de tudo isso, amargamos mais uma década perdida, brasileiros morrem em Manaus por falta de oxigênio – e, internacionalmente, somos motivo de pena pela gestão da covid, desconfiança por causa da Amazônia e zombaria por ter abraçado o cadáver de Donald Trump. A Ford, Mercedes, Sony, Nikon e outras foram embora. O que acontece? José Roberto arrisca uma explicação. “Falta uma visão de rumo”, diz ele. E desenvolve: “Falta a sociedade chegar a um acordo sobre algumas coisas, e gerar aquela visão macro que possa ser absorvida por algum governo”.
O Brasil é rico em recursos naturais e eficiente em diversas áreas. Falta descobrir sua vocação, dar aquele salto que permitiu a alguns países marcar presença no mundo. Somos um quebra-cabeça com várias peças dispersas, mas não conseguimos formar uma figura a partir delas. Países como Austrália e Canadá tiveram, igualmente, abundância em recursos naturais no ponto de partida. Tornaram-se, com o tempo, economias inovadoras, com alta produtividade e área social resolvida – ficaram ricos, enfim. Enquanto isso, por alguma razão – ou várias razões –, o Brasil patina em suas mazelas.
Faltam algo como 17 mil horas para que o Brasil escolha seu próximo presidente. Parece uma eternidade, mas a eleição está na próxima esquina. Seria positivo se os postulantes ouvissem a sociedade e se dedicassem a montar o quebra-cabeça chamado Brasil. Se surgir uma visão coerente, é só colocar o nome “programa de governo”. Cabe ao próximo presidente triunfar onde os últimos fracassaram: apontar um rumo, sugerir uma direção. Para que o Brasil deixe de ser a terra das décadas perdidas, das empresas e cidadãos que deixam o país. Aquele time que parece fadado a disputar títulos, mas sempre perde no final do campeonato.”
Para finalizar este pensamento, organizações, empresas, sociedades, países ou famílias que não definem seus objetivos futuros, navegam sem destino – para onde o vento sopra. Enquanto isto, estejam certos, muitos definem seus rumos, suas metas claras e objetivas, monitoram seus planos de ação e corrigem os desvios normais de percurso.
São os planejadores e executores de objetivos e metas, e que conseguem atuar incansavelmente, sem estresse, conseguem viver de forma digna e colaboram para a evolução da sociedade que participam.
João Gabriel de Lima
Autores: dois Joões – João Gabriel de Lima e João Orlando Vian
O primeiro é jornalista e escritor, colunista do jornal O Estado de São Paulo.
O segundo é especializado em estratégia e planejamento, com experiência no desenvolvimento e execução de planos estratégicos, melhoria dos processos do negócio e implantação de sistemas de indicadores de desempenho – sempre na busca de geração de valor para a organização e para a sociedade.