Como a Inteligência Artificial irá redefinir a gestão de negócios
Compreender a IA e o aprendizado de máquina (machine learning) não é mais tarefa apenas de consultores de tecnologia, departamentos de TI e cientistas de dados. Hoje, todo líder e gestor deve conhecer os fundamentos práticos da IA. Felizmente, é possível que quase qualquer pessoa aprenda os fundamentos de como a IA funciona e que tipos de tarefas ela realiza melhor.
Três consultores ligados a escolas de negócios concluíram uma significativa pesquisa com executivos que trabalham em transformação digital e identificaram cinco práticas que gestores de sucesso precisarão dominar:
- Conceda a administração para IA;
- Foque no trabalho de avaliação;
- Trate as “Intelligent Machines” como colegas;
- Trabalhe como um designer;
- Desenvolva habilidades sociais e relacionamentos.
IA acabará por revelar-se mais barata, mais eficiente e potencialmente mais imparcial nas suas ações do que os seres humanos. Mas tal cenário não deve ser motivo de preocupação para os gestores: significa apenas que os empregos mudarão para se concentrarem em coisas que só os humanos podem fazer. O rastreamento de cronogramas e recursos poderá em breve cair na mão das máquinas, mas a elaboração de estratégias permanece indubitavelmente humana.
Esse texto foi baseado na pesquisa elaborada pelos consultores: Vegard Kolbjornsrud, Richard Amico e Robert Thomas para HBR (Harvard Business Review).
- Publicado em Artigos
OKR – Objetivo e Resultados-chave
Trata-se de um processo que vem sendo largamente utilizado por grandes corporações para definições e monitoramento das estratégias.
Assim como no processo de planejamento através do conceito do BSC (Balanced Scorecard), a opção OKR (Objective and Key Results) aponta para o desdobramento dos Objetivos significativos em todos os níveis da organização. Os Resultados-chave devem ser específicos e com prazo determinado, sem área cinzenta:
Objetivo:
Um objetivo é simplesmente O QUE deve ser alcançado, nem mais nem menos. Por definição, os objetivos são significativos, concretos, orientados para a ação e inspiradores.
Quando adequadamente projetados e implantados, eles são uma vacina contra o pensamento e a execução confusas.
Resultados-chave:
avaliar e monitorar COMO chegamos aos objetivos. Os KR eficazes são específicos e limitados no tempo, agressivos, mas realistas. Acima de tudo, são mensuráveis e verificáveis, ou seja, para que seja um resultado chave deve ter um número.
Você atende aos requisitos de um resultado chave ou não; não há zona cinzenta, não há espaço para dúvidas. Ao final do período designado, normalmente um quadrimestre, declaramos o resultados-chave cumprido ou não. Quando um objetivo pode ser de longo prazo, prorrogado por um ano ou mais, os principais resultados evoluem à medida que o trabalho avança.
Cinco lições do modelo OKR:
- Menos é mais (processo enxuto);
- Definir metas de baixo para cima (seguindo Visão da organização);
- Sem autoritarismo;
- A regra é a flexibilidade;
- Ouse falhar.
A metodologia de OKR é baseada em 5 regras básicas e práticas:
Regra 1 – Concentração e comprometimento com as prioridades;
Regra 2 – Alinhamento e conexão com o trabalho em equipe;
Regra 3 – Monitoramento constante;
Regra 4 – Desafiar algo surpreendente;
Regra 5 – Trabalhar com 3 a 5 OKRs cada quadrimestre.
Para a escolha do modelo OKR em planejamento estratégico, seria ideal que a organização possua um ambiente saudável para desenvolvimento desta prática – difícil de ser implantado, mas perfeitamente possível:
– Impecável honestidade intelectual;
– Desapego ao interesse próprio;
– Profunda lealdade ao trabalho em equipe.
Venho usando os conceitos de OKR em alguns processos de planejamento estratégico, complementando o que já conhecia e trabalhava, graças ao enorme conhecimento explicitado pelo John Doerr em seu ótimo “Measure What Matters”.
Procure-me para implementarmos esse consagrado processo de planejamento em sua organização: jovian@strategia.srv.br
- Publicado em Artigos, Uncategorized
Como tornar o design thinking o processo essencial à inovação
Acompanho com grande interesse os processos de inovação nas organizações, principalmente as genuínas tupiniquins. As startups, principalmente as digitais, em qualquer lugar e mesmo por aqui, são ágeis, inovadoras e aparentemente prontas para o futuro. A maioria somente tem uma grande ideia ou uma importante fonte de inspiração e cópia. Não importa, vale tudo para o sucesso e a fonte de riqueza alvejada.
Assim, nesse momento de frenesi da gestão empresarial, cabe um pouco de teoria, além de revermos o conhecimento de “mestres” reconhecidos visando a implantação de processos permanentes de inovação. Dentre várias opções, deve ser incluído o design thinking como uma das mais formidáveis ferramentas inspiradoras para inovação e citar o principal mentor desse conceito – o inglês Tim Brown.
Portanto, aproveito e relaciono, a seguir, oito lições de Brown para tornar o design thinking ferramenta essencial do processo constante de inovação em qualquer tipo e estágio de organização:
Comece pelo começo – envolva design thinkers logo no início do processo de inovação, antes de qualquer definição ser tomada. O design thinking o ajudará a explorar mais ideias com mais rapidez do que seria possível de outra forma.
Adote uma abordagem centrada no ser humano – juntamente com questões comerciais e tecnológicas, a inovação deve levar em consideração o comportamento, as necessidades e as preferências humanas. O design thinking centrado no ser humano – especialmente quando inclui investigação baseada na observação direta – irá captar insights inesperados e produzir inovação que reflita com mais precisão o que o consumidor deseja.
Experimente logo – crie uma expectativa de experimentação e prototipagem rápida. Incentive as equipes a criarem um protótipo na primeira semana do projeto. Avalie o progresso com uma métrica como o tempo médio de realização ou o número de consumidores expostos aos protótipos durante o programa.
Procure ajuda externa – expanda o ecossistema de inovação procurando oportunidades de co-criação com clientes e consumidores. Explore as redes Web para ampliar a escala efetiva de sua equipe de inovação.
Reuna projetos grandes e pequenos – gerencie um portfólio de inovação que se estende desde ideias incrementais de curto prazo até ideias revolucionárias de longo prazo. Espere que as áreas do negócio incentivem e financiem a inovação incremental, mas que também estejam dispostas a iniciar a inovação revolucionária.
Orçamento no ritmo da inovação – o design thinking acontece rapidamente, mas o caminho até o resultado pode ser imprevisível. Não restrinja o ritmo em que você pode inovar confiando em ciclos orçamentários complexos. Esteja preparado para alterar o financiamento à medida que os projetos avançarem e as equipes aprenderem sobre as oportunidades.
Encontre talentos – contrate programas interdisciplinares com instituições de design e escolas de negócios. Pessoas com experiência em design convencional podem oferecer soluções além de suas expectativas. Você pode até treinar não-designers com atributos adequados para se destacarem em funções de design thinking.
Projete o ciclo completo – em muitas empresas as pessoas mudam de posições a cada 12 a 18 meses. Mas os projetos de design podem levar mais tempo do que isso para serem concluídos. Planeje tarefas para que os design thinkers passem da inspiração à idealização e à implementação. Experimentar o ciclo completo cria um melhor entendimento, além de enormes benefícios de longo prazo para a organização.
Imagem: Tim Brown – CEO da consultoria de design IDEO
- Publicado em Artigos
Diretrizes na Transformação Digital
Empresas estabelecidas gastam enormes recursos tentando se transformar em líderes digitais de algum novo ecossistema, no entanto, normalmente o resultado é sofrível. Muitos executivos acreditam que a ameaça representada pelos disruptores digitais exige uma resposta gigantesca e destruidora dos modelos de negócios estabelecidos.
No entanto, a solução é adotar uma abordagem incremental de transformação digital e que seja orientada pela descoberta de oportunidades. A indicação é procurar problemas para resolver com a tecnologia digital, explorando o valioso conhecimento sobre os clientes, o amplo ambiente operacional e vasto conjunto de talentos da organização, enquanto se aprende o caminho para um novo modelo de negócios.
Inteligência Artificial:
Estamos assistindo o surgimento de um novo tipo de empresa em que a IA é a principal fonte de criação de valor. O modelo de operações orientado pela Inteligência Artificial confunde os limites que costumavam separar os setores industriais e agora alteram completamente as regras da concorrência empresarial. Tanto para as start-ups digitais como para as empresas tradicionais, é essencial compreender o impacto revolucionário que a IA tem nas operações e na concorrência.
Os esforços de muitas empresas para ampliar a inteligência artificial são insuficientes. Isso ocorre porque raras estão envolvidas em práticas básicas que apoiam a adoção generalizada dessa ferramenta. Tecnologia de ponta e pessoas talentosas não são suficientes: as empresas devem quebrar as barreiras organizacionais e culturais que impedem o uso da IA.
Os líderes empresariais devem apresentar a urgência das iniciativas de IA e os seus benefícios para todos; gastar o mesmo em contratações quanto em tecnologia; organizar o trabalho de IA com base na maturidade da IA, na complexidade do negócio e no ritmo de inovação da empresa e finalmente, investimento na educação em IA para todos os envolvidos.
Grande parte do trabalho realizado em transformações bem-sucedidas de IA incide em uma área cinzenta em termos de responsabilidade. As principais tarefas – definir a direção dos projetos de IA analisar os problemas que eles resolverão, construir os algoritmos, projetar as ferramentas, testá-las nos usuários finais, gerenciar a mudança e criar a infraestrutura de TI de suporte – podem ser de responsabilidade de uma área unificada entre TI e comercial, como um hub, ou de responsabilidade dos representantes dos clientes e compartilhado com a TI.
As empresas devem reimaginar os seus processos de negócio, concentrando-se na utilização da IA para obter mais flexibilidade ou maior velocidade operacional, maior escala, melhor tomada de decisões, além de aumentar a personalização de produtos e serviços.
A inteligência artificial vem transformando os negócios – com impacto mais significativo quando congrega e amplia o número de trabalhadores humanos em vez de os substituí-los. As empresas obtêm os maiores ganhos de desempenho quando humanos e máquinas inteligentes trabalham juntos. São necessárias pessoas para treinar máquinas, explicar seus resultados e garantir seu uso responsável. A IA, por sua vez, pode melhorar as competências cognitivas e a criatividade dos seres humanos, libertar os trabalhadores de tarefas de baixo nível e ampliar as suas capacitações.
As organizações que utilizam máquinas apenas para deslocar trabalhadores através de automações perderão todo o potencial da IA. Essa estratégia é equivocada: os líderes de amanhã serão aqueles que adotarem a inteligência colaborativa, transformando as suas operações, os seus mercados, as suas indústrias e, principalmente, a sua força de trabalho.
O texto foi elaborado utilizando conceitos de casos de negócios de Harvard Business Review: “On Leading Digital Transformation” e “On Ai, Analytics, and the New Machine Age”.
- Publicado em Artigos