O Valor Percebido de Produtos e Serviços
Durante minha vida profissional, sempre envolvido na atividade comercial de produtos e serviços, convivi com a inflexibilidade conceitual de Preço Baixo e Redução de Custos.
Faz parte das células de meu corpo este binômio: redução de custos e preço baixo.
No entanto, por ter trabalhado em empresas multinacionais e também ter estudado fora do país, notei que estes axiomas não são tão ferrenhamente seguidos em ambientes empresariais complexos e evoluídos. Defendo que redução de custos é como cortar unhas, ou seja, deve ser um trabalho constante e persistente, no entanto, Preço Baixo não me parece que deve ser levado com igual obsessão.
Fiz este preâmbulo para enaltecer a fantástica obra de um dos mais importantes nomes do conhecimento de marketing industrial do país: professor e consultor José Carlos Teixeira Moreira, com seu “Usina de Valor”, publicado em 2009 e que só agora pude ler e curtir, depois de outras duas obras já publicadas: Marketing Industrial e Foco DO Cliente. Assim como o Prof. Teixeira, procuro na Strategia, a valorização das organizações que nos procuraram para trabalhar conosco, seja o Instituto Nacional do Acrílico, a Cia. Têxtil Castanhal, a Adirplast ou mesmo nos cursos da Innovia.
Assim, aproveito a oportunidade para relacionar, a seguir, algumas pérolas que pude colher neste testamento de conhecimento, dirigido aos profissionais que atuam no universo comercial, principalmente de produtos e serviços industriais:
- Valor é uma responsabilidade do Cliente: só ele pode atribuir valor a um produto ou serviço que alguém ofereça.
- Valor não é o que o Cliente diz. Valor é o que ele percebe. O que é bom para um cliente não é necessariamente o que ele pede.
- Produto ou serviço competitivo é o preferido não o mais barato.
- Atrair clientes é mais importante que conquistar clientes.
- Commodity é puro estado de espírito.
- O que é barato não vale muito.
- Preço nunca deve ser o primeiro diferencial. Quando o preço faz toda a diferença, o valor percebido pelo cliente não faz diferença.
- Quando uma empresa só pensa em dinheiro, não consegue sonhar, porque é o sonho que traz um pouco de dinheiro, e não o dinheiro que traz um bom sonho.
- O esboço do futuro que descobrimos com os nossos clientes faz antecipar, pra hoje, o que de bom iria acontecer um dia.
- O valor dos ativos de uma organização são 20% tangíveis e 80% intangíveis.
Vale especial atenção o entendimento sobre a relação dos motivos essenciais de preferência dos Clientes aos seus fornecedores. Eis alguns:
- Ajudar a aumentar sua base instalada de clientes leais;
- Promover, por competência agregada, a sua promessa de marca no ambiente de negócios;
- Aprimorar suas ofertas de valor para seus clientes;
- Proteger suas diferenças diante da competição predatória e Potencializar sua credibilidade.
Também é interessantíssima a classificação que Prof. Teixeira faz sobre Clientes, Potenciais Clientes, Aqueles que aceitamos Vender e os Não Clientes; deixando claro que os Não Clientes são ótimos para serem devidamente encaminhados para a concorrência predadora. Os Clientes, por seu lado, devem atender a pelo menos 80% do que julgamos importantes para o crescimento e rentabilidade da empresa daqui para a frente.
O resgate de um ditado de nossos avós, também compõe a filosofia que deveria nortear as empresas no mundo moderno atual – “O barato sai caro” – comprovando que todos os produtos e serviços preferidos em sua categoria são mais caros que os concorrentes. Todos os clientes sabem disso e continuam preferindo os mais caros, pois é mais caro porque é mais barato.
Finalizando os elevados conceitos de Valor, Zé Carlos, – como gosta de ser chamado – revela como fortalecer e fazer valer o sentido de Valor de produtos e serviços:
- Deve-se ofertar um sistema, mais do que um produto;
- A inovação deve ser uma constante nos produtos, processos e serviços aos clientes;
- O Valor também pode ser obtido com a oferta no tempo certo ou mesmo nos serviços de emergência;
- Observação aguda no Foco DO Cliente e não Foco NO Cliente;
- Atenção e pró-atividade na qualidade percebida em tudo que fala ao cliente.
Para concluir, cabe reforçar os conceitos do Prof. Teixeira, buscando a valorização de produtos e serviços de nossas organizações, pois desta forma estaremos valorizando a sociedade que vivemos e a nós mesmos como pessoas, como brasileiros e como individualidades do universo.
Agradeço a leitura deste breve artigo e estou sempre à disposição para ampliarmos nosso entendimento sobre Valor em nossas organizações e em nossas vidas.
Autor – João Orlando Vian
Especializado em estratégia e planejamento, com experiência no desenvolvimento e execução de planos estratégicos, melhoria dos processos do negócio e implantação de sistemas de indicadores de desempenho – sempre na busca da geração de valor para a organização e para a sociedade
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Estratégia é para Todos
Estratégias são essencialmente planos para atingir e sustentar performance através dos diferenciais competitivos. Não são idéias de como desenvolver um produto ou serviço e vendê-los lucrativamente para os clientes, mas sim quais novos produtos podem ser lançados e quais mercados podem ser conquistados considerando os diferenciais competitivos já existentes.
Para ser bem sucedido, o planejamento estratégico deve ser entendido e discutido pela totalidade de funcionários da empresa, é o que defende o norte americano, Michael Porter, a maior autoridade mundial em estratégia. É de extrema importância que ela seja colocada em prática e não apenas assimilada.
A comunicação começa de fato pelo presidente, com toda a direção da organização tendo alinhamento com a estratégia. É muito importante debatê-la e aperfeiçoá-la. Os grandes líderes têm o hábito de repetir a estratégia e de tentar destacar, nas reuniões, os aspectos que diferenciam uma empresa em relação às outras. Eles usam essas reuniões, uma espécie de reunião comunitária, para debater essa questão com todos os funcionários. A repetição é um aspecto fundamental: repetição em reuniões com vários grupos, heterogêneos, de funcionários.
Um exemplo é uma história muito conhecida da Fedex – uma empresa de transporte expresso de correspondências, documentos e objetos. Nos Estados Unidos, as cidades possuem algumas caixas de coleta, onde as pessoas depositam as suas encomendas e, uma vez ao dia, um caminhão passa e recolhe essas encomendas. Num determinado dia, um motorista perdeu a chave de uma dessas caixas. A cultura da empresa é entregar 100% das encomendas no prazo, e essa cultura é tão integrada que esse motorista não teve dúvida: ele colocou a caixa inteira no caminhão, tudo para valorizar a diretriz de pontualidade de coleta e entrega. Essa é uma história que a Fedex repete várias vezes para deixar clara que a estratégia está realmente integrada à estrutura da empresa. Um bom presidente usa histórias como essa para motivar.
Artigo publicado na revista Exame pelo Prof. Vicente Falconi
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O valor do Design como Fator de Competitividade
Atualmente, o design se destaca como um dos principais fatores para o sucesso de uma empresa, desde o desenvolvimento de produtos e serviços até sua comercialização, por meio da otimização de custos, embalagens, material promocional, padrões estéticos, identidade visual, adequação de materiais, fabricação e ergonomia. Além disso, também é um fator essencial de estratégia de planejamento, produção e marketing.
O design de embalagem e as estratégias de branding passaram a ser alguns dos grandes diferenciais de um produto ao criarem o impacto visual necessário para a sua identificação no ponto-de-venda. O design de embalagem não apenas atrai o consumidor; ele também estabelece um contato emocional com este.
O design tem também uma enorme importância na gestão. Valorizar o design é garantir competitividade ao produto e desenvolvimento à empresa, desde que realizado por profissionais experientes, que saibam adequar recursos da empresa, necessidades do mercado e metas a serem alcançadas.
Mais recentemente, as pequenas e médias empresas também perceberam que podem e devem investir em design para serem competitivas. A média ainda é baixa, entre 1% e 5% da receita líquida, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mas já revela resultados. Mais do que isso, viram que design não é um serviço de luxo, ao contrário, trata-se de um serviço altamente especializado, com uma ótima relação custo x benefício e que pode ser facilmente incorporado ao seu cotidiano.
Esses mesmo estudos realizados pela CNI indicam que 75% das empresas que investiram recentemente em design registraram aumentos em suas vendas, sendo que 41% destas empresas também conseguiram reduzir os seus custos. O mais importante é que não houve registro de nenhuma empresa que tenha investido em design e que tenha sentido queda nas vendas.
Recentemente, o Sebrae selecionou o design como uma das áreas prioritárias para sua atuação no universo das micro e pequenas empresas, elaborando um programa que visa elevar a competitividade das micro e pequenas empresas no mercado nacional, contribuindo também para promover sua participação nas exportações por meio da utilização do design como elemento de agregação de valor em produtos e serviços.
Vencendo a batalha da inovação e da diferenciação, o design cria uma personalidade capaz de conquistar a fidelidade do consumidor.
Autora – Marcia Mitsue Tsuchida
Experiência em atividades ligadas à gestão de design, como criação e coordenação de projetos gráficos de materiais institucionais, promocionais, marketing direto e treinamento, buscando o desenvolvimento de soluções criativas conectadas à estratégia da organização. É Pós-graduada em Marketing Digital pelo Mackenzie, consultora da Genki Design e da Strategia Gestão Empresarial.
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